sexta-feira, 21 de setembro de 2007

(Special) One from the Heart





A saída de Mourinho é incompreensível? É. Mas, paradoxalmente, não deixa de fazer sentido. Mourinho é o mais próximo de uma rock star no mundo da bola. No fundo é Sid Vicious e Malcom McLaren. Num só. Ou seja, cria e agita. Anuncia e reage. Antecipa e responde. E, desta forma cria a sua própria iconografia pop. De quantos treinadores nos lembramos de tantos momentos? A camisola de Rui Jorge, "para o ano sou campeão de certeza absoluta", a correria em Sevilha, a fuga depois da vitória em Gelserkichen, "I'm the Special One", as medalhas para os adeptos e mais uma série de pérolas dignas de uma Collector´s Edition da Rolling Stone. Pode parecer uma visão meia mística mas, ele sabe que um dia os londrinos dirão que viram jogar a equipa de Mourinho. Com o mesmo elán que me lembro de Dylan em Vilar de Mouros, como muitos se lembram da "morte" de Ziggy Stardust no Hammersmith Ódeon ou dos Stones in the Park ou...
Mesmo tendo sido rebelde com causa, a passagem de Mourinho pelo Chelsea tem um toque de James Dean. Live Fast Die Young. Nunca nos 102 anos de história do clube formado no pub Rising Sun houve tanta glória, tanta raiva, tanta arte, tanto talento, tanto génio, tanto mau génio. Tantas vitórias.
Por coincidência cósmica, aterrei em Londres no dia seguinte a Mourinho ter sido apresentado como mister do Chelsea. Depois do 1º Round (entenda-se, primeira conferência de imprensa) dizia o jornalista da BBC "Sure he can talk the talk. Let's see if he can walk the walk." Esqueceu-se que Mourinho não caminha. Corre.

1 comentário:

António Reis disse...

muito bem senhor Luis. parabens pelo Blog e faça o favor de se manter activo. Não, com isto não estou a querer dizer que sejas passivo. Abraço brother