quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Regresso aos relvados

Regresso depois da mais grave das lesões dos escribas: a falta de vontade. A inspiração arranja-se, mascara-se ou não é de facto preocupação porque em verdade nunca existiu. Agora a vontade...
Vêm aí mais um ano de pontapé na bola. Ainda bem. Há boas notícias? Algumas. Scolari foi embora (o alívio com que escrevo isto faz com que corrija. Scolari foi com o caralho!!!). Camacho também partiu o que me preocupa mais. Chegaram Reys, Aimar. A coisa promete. Chegou Rockemback e Caneira. A coisa promete. Quaresma ainda pode partir partir. A coisa promete. O cigano atingiu o patamar super slow motion. Ou seja, óptimo nos resumos Eurosport. No Dragão terminou um ciclo. Um ciclo que terminou quando no prolongamento frente ao Shalke 04 não fez o que tinha a fazer: golo. Agora ele acha que quer mais quando na verdade procura menos. Mas por vezes menos é mais.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Porto Sentido

Não me lembro se num Verão, se num Inverno ou em quantas Primaveras mas lembro-me. Eram imagens meio desfocadas quase e com grão a mais. Azuladas com o símbolo da RAI em fundo, com o som de sirenes como banda sonora. Prendiam-se homens aos sete, aos oito, aos trinta de cada vez. Eram da Máfia. E era uma terra sinistra aquela Sicília. Não sei se num Verão, num Inverno ou numa qualquer Primavera lembro-me de um juíz ter também tombado. Este, de vez. Era Falcone, de nome. Seria mártir, de epíteto.
Nos últimos dias lembrei-me dessas imagens. Sugestionado por outras imagens, as que vão chegando da minha cidade.
Mas são imagens da minha cidade, não são a minha cidade. Nem sequer são o meu clube. Muito menos os portuenses. São uma mal bem maior.
Um mal que grassa, que medrou de mais. Um mal que "gunizou" a cidade. Um mal que a armou, muitas vezes até aos dentes, muitas vezes dentes de ouro. Um mal que lhe colocou um boné de lado na cabeça. Muitos músculos bem espalhados e um brinco dourado em forma de cruz. E, o mais grave, um mal que nos trocou os valores. Não é o domínio da noite, o tráfico, as claques ou o milagre da multiplicação das shotguns. É quem usa a gun sem qualquer desculpa. Nem que fosse um shot a mais.
Mata-se por escalada. Por vendetta. Por poder. Por muito pouco.
Este blog quer-se sobre futebol. Este post serve para me lembrar que há mais coisas no Porto para além do futebol. Coisas muito boas. E coisas que o magoam. Coisas que me magoam.
E é à cidade e só a ela que se pede que volte a cantar "à gente porque é nobre e leal".

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Central do Brasil

Não discuto os méritos de Pepe (tempos houve em que não discutia eu outra coisa). Muito menos os de Deco. Não gosto da ideias naturalizadas e o argumento “ah mas os otros também fazem o mesmo e tal…” foi por mim bastas vezes utilizado em situações díspares mas nunca depois de ter concluído a quarta classe. Adiante.
Acho perfeitamente peregrina a ideia de naturzalizar Liedson ou Derlei, como se falara. O argumento é mais sério do que o de Deco mas ainda mais miserável. Se o mágico era um Português de opção chegado de Vera Cruz muito novo… Liedson ou Derlei…davam muito jeito. È que os nosso avançados…
Concordo. Os pontas-de-lança portugueses são um garante de… fracasso. Ser campeão Europeu com o Nuno Gomes a Ponta de Lança é como o Valentino Rossi ser campeão do mundo de motociclismo montado numa Famel.Digamos que improvável….
Mas se formos por aí, proponho desde já mais naturalizaçãoes por conveniência. Ricardo talvez se aguente até 2010. Rui Patrício será que vai mesmo vingar. E se não acontecer. Helton já não dá. Mas talvez Dunga não dê por Pessanha. Até daria jeito…

Mudar de Bina

Às vezes precisamos de alguém que nos volte de novo para o essencial. Que relembre o que é realmente importante. Esse alguém, desta vez , foi o meu irmão. Discutíamos a meia final de Futsal e aquela mágoa por não nos termos aguentado à bomboca com os hermanos puseram a carga no assador. Mas foi quando relembramos a magia de Ricardinho que o essencial foi focado.
O desporto foi feito para momentos como aquele. Numa meia final, jogando perante o seu país, contra os melhores do mundo, Ricardinho teve o seu momento. O momento porque todos os atletas sonham. Num segundo, numa bicicleta. Num gesto renascentista preparava-se para levar todo um pavihão ao êxtase, toda uma audiência ao espanto, todo um país à glória. O árbitro só tinha uma coisa a fazer: acabar o jogo naquele preciso momento.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Fim Lândia

Já está.
Disse o radiologista ao paciente.
Já está?
Perguntou furiosa a amante ao precoce parceiro.
Já está!!!
Sussurrou aliviado Felipão a Murtosa.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A Barreira Invisível

Guerras e Batalhas vs. Soldados e Pelotões.
O General Jesualdo sabe que apenas "empatou"uma batalha e que a guerra continua com poucos danos colaterais. Mesmo assim, preferiu acusar todo um pelotão em vez de apontar o dedo a dois soldados. Um deles (Stepanov) ainda é recruta. O outro (Helton), apesar de ter umas medalhas de mérito no currículo, já não é a primeira vez que provoca fogo (nada) amigo.
Resta perceber se, na trincheira do exército azul e branco, apenas se espicaçou o orgulho das tropas ou se se pôs em causa quem tem dado o peito ás balas.
Por último, é preciso entender que o alferes Lisandro é, neste momento, o melhor avançado/ponta-de-lança das fileiras. Mas isso não faz dele uma padeira de Aljusbarrota.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Banco Best

Detesto números, estatísticas, percentagens etc. E detesto ser coerente. É chato e dá trabalho. Dito isto...
Talvez 90% dos jogos sejam ganhos durante a semana. Sempre à custa de palvarões: Automatismos, Transições, Endurance. E por aí "adiance". Acho que Jesulado domina este vernáculo. Se não me falham as contas ( sem calculadora não é fácil) sobram 10%, certo? Esses ganham-se no banco. Ora numa análise bem feita do que se passa no grande rectângulo (de geometria sempre gostei mais) ora numa espécie de crença mística nas potencialidades dos suplentes. Frente ao Marselha, Jesualdo enganou-me. Voltou a vacilar durante a semana pois caiu na tentação de pôr alguém a fazer de Lucho, quase fazendo de conta que o argentino não estava em campo mas era como se estivesse. E, no entanto, leu o jogo ao melhor estilo "Toninho Vilaça".
É assim o jogo dos golos, dos penaltis, dos carrinhos, das trivelas.
Quem diria, por volta das 19h30 de ontem que o Porto ultrapassaria o Marselha com o toque de Midas de Jesulado e que um Tarik (Pós-Ramadão) marcasse um golo das arábias. Como que recompensado por Alá pelas privações recentes... Alá esteja connosco... e já agora que traga rapidamente Lucho consigo.